ATA DA VIGÉSIMA SÉTIMA SESSÃO ORDINÁRIA DA SEGUNDA
SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM 08-4-2010.
Aos oito dias do mês de abril do ano de dois mil e
dez, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal
de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a segunda
chamada, respondida pelos vereadores Adeli Sell, Bernardino Vendruscolo, Carlos
Todeschini, Fernanda Melchionna, Haroldo de Souza, Idenir Cecchim, João Antonio
Dib, João Pancinha, Juliana Brizola, Maria Celeste e Sofia Cavedon. Na ocasião,
o senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão,
compareceram os vereadores Airto Ferronato, Alceu Brasinha, Beto Moesch, DJ
Cassiá, Dr. Raul, Dr. Thiago Duarte, Elias Vidal, Engenheiro Comassetto, Ismael
Heinen, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Maurício Dziedricki,
Mauro Pinheiro, Mauro Zacher, Nelcir Tessaro, Nilo Santos, Paulinho Ruben
Berta, Pedro Ruas, Sebastião Melo, Tarciso Flecha Negra e Waldir Canal. À MESA,
foram encaminhados: pelo vereador Marcello
Chiodo, o Projeto de Lei do Legislativo nº 047/10 (Processo nº 1073/10);
e pelo vereador Pingo Vilar, o Projeto de Lei do Legislativo nº 059/10
(Processo nº 1147/10). Também, foi apregoado o Ofício nº 241/10, do senhor
Prefeito, encaminhando Veto Total ao Projeto de Lei do Legislativo nº 246/08
(Processo nº 6147/08). Ainda, foram apregoados os seguintes Requerimentos,
deferidos pelo senhor Presidente, solicitando autorização para representar externamente este Legislativo: de autoria
do vereador João Carlos Nedel (Processo nº 1430/10), do dia quinze ao dia
dezessete de abril do corrente, em visita técnica com autoridades municipais,
para tratar de assuntos referentes a turismo, transporte e acessibilidade, no
Município de Curitiba – PR –; e de autoria do vereador Sebastião Melo (Processo
nº 1398/10), nos dias quinze e dezesseis de abril do corrente, no Curso de
Formação Técnico-Política para as Câmaras de Vereadores, Prefeituras e
Servidores Municipais, no Município de São Borja – RS. Do EXPEDIENTE,
constaram os Ofícios nos 256603, 258545, 262639, 262980, 265801 e
267123/10, do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde. A seguir, foi
apregoado Requerimento de autoria do vereador Reginaldo Pujol, solicitando
Licença para Tratamento de Saúde do dia de hoje ao dia dezoito de abril do corrente,
tendo o senhor Presidente declarado empossado na vereança o suplente Ismael
Heinen, informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Constituição e Justiça.
Na ocasião, foi apregoada Declaração firmada pelo vereador João Antonio Dib,
Líder da Bancada do PP, informando o impedimento do suplente Newton Braga Rosa
em assumir a vereança do dia de hoje ao dia dezoito de abril do corrente, em
substituição ao vereador Reginaldo Pujol. Em continuidade, foi iniciado o período
de COMUNICAÇÕES, hoje destinado, nos termos do artigo 180, § 4º, do Regimento,
a tratar de questões atinentes ao uso do biodiesel no País. Compuseram a Mesa:
os vereadores Nelcir Tessaro, Bernardino Vendruscolo e Tarciso Flecha Negra, respectivamente
Presidente e 1º e 2º Secretários da Câmara Municipal de Porto Alegre; os
senhores Odacir Klein e Irineu Boff, respectivamente Presidente Executivo e Vice-Presidente
Financeiro da União Brasileira do Biodiesel – UBRABIO – ; e o senhor Marcos
Boff, Diretor da Divisão de Biodiesel da Oleoplan S.A. Após, o senhor
Presidente concedeu a palavra, nos termos do artigo 180, § 4º, incisos I e II,
do Regimento, aos senhores Marcos Boff e Odacir Klein, que se pronunciaram
sobre o tema em debate. Em COMUNICAÇÕES, nos termos do artigo 180, § 4º, inciso
III, do Regimento, pronunciaram-se os vereadores Engenheiro Comassetto, Carlos
Todeschini, Idenir Cecchim, este em tempo próprio e em tempo cedido pelo
vereador Airto Ferronato, João Pancinha, Beto Moesch, Fernanda Melchionna e
Bernardino Vendruscolo. A seguir, o senhor Presidente concedeu a palavra ao
senhor Odacir Klein, para considerações finais sobre o tema em debate. Às
quinze horas e trinta e nove minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos,
sendo retomados às quinze horas e quarenta e dois minutos, constatada a
existência de quórum. Em GRANDE EXPEDIENTE, pronunciaram-se a vereadora Maria
Celeste, em tempo cedido pelo vereador Pedro Ruas, e o vereador Ismael Heinen.
Na oportunidade, o senhor Presidente prestou informações acerca da 1ª Corrida
de São Jorge, a ocorrer no dia onze de abril do corrente, com largada às oito
horas e trinta minutos, na Usina do Gasômetro, em Porto Alegre. Também, o
senhor Presidente declarou ter sido informado pelo senhor José Fortunati,
Prefeito de Porto Alegre, de que o vereador DJ Cassiá permanecerá no cargo de
Vice-Líder do Governo neste Legislativo. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER,
pronunciaram-se os vereadores Alceu Brasinha e Elias Vidal. Na ocasião, o
vereador Adeli Sell manifestou-se acerca dos pronunciamentos efetuados pelos vereadores
Alceu Brasinha e Elias Vidal em Comunicação de Líder. Em PAUTA, Discussão
Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, o Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº
002/10, os Projetos de Lei do Legislativo nos 011 e 015/10, o
Projeto de Lei do Executivo nº 006/10 e o Projeto de Resolução nº 010/10; em 2ª
Sessão, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 002/10, o Projeto de
Lei Complementar do Executivo nº 003/10 e o Projeto de Lei do Executivo nº
005/10. Às dezesseis horas e vinte e seis minutos, nada mais havendo a tratar,
o senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os senhores
vereadores para a Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental.
Os trabalhos foram presididos pelos vereadores Nelcir Tessaro, Bernardino
Vendruscolo e Tarciso Flecha Negra e secretariados pelo vereador Bernardino
Vendruscolo. Do que eu, Bernardino Vendruscolo, 1º Secretário, determinei fosse
lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada por mim
e pelo senhor Presidente.
O SR.
PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): O Ver. Reginaldo Pujol solicita Licença para
Tratamento de Saúde de 08 a 18 de abril de 2010. A Mesa declara empossado o
Ver. Ismael Heinen, em função da impossibilidade de o Ver. Newton Braga Rosa
assumir a vereança.
Solicito que o Ver. Ismael Heinen compareça à Mesa
para registrar a sua presença.
Passamos às
O SR.
PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): Solicito que o Ver. Adeli Sell nos auxilie como
Secretário ad hoc para a leitura das proposições apresentadas à Mesa.
O SR.
SECRETÁRIO AD HOC (Adeli Sell): (Procede à
leitura das proposições apresentadas à Mesa.)
O SR.
PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): Hoje temos como tema específico o Biodiesel no
período de Comunicações. Convido a fazer parte da Mesa o Sr. Odacir Klein,
Presidente Executivo da União Brasileira do Biodiesel, ex-Deputado Estadual
pelo PMDB, ex-Deputado Federal e ex-Ministro; convido também o Sr. Irineu Boff,
Presidente da Oleoplan S.A. e Vice-Presidente da Ubrabio; e o Sr. Marcos Boff,
Diretor da Divisão de Biodiesel da
Oleoplan S.A.
O Sr. Marcos Boff está com a palavra.
O SR. MARCOS
BOFF: Gostaria de agradecer pela oportunidade de virmos a esta Câmara para
fazer uma apresentação sobre um tema que o Ver. Todeschini vem, há tempo, incentivando e fazendo propostas no sentido de buscar
soluções ambientais para a cidade de Porto Alegre.
O que gostaríamos de
falar, representando a Oleoplan e o Setor de Biodiesel, juntamente com o
Presidente da nossa Associação, Sr. Odacir Klein, é sobre a questão de uma nova
proposta que está surgindo: a implementação da mistura B-20 metropolitano, que
seria a adoção da mistura de 20% de biodiesel em todo o diesel metropolitano
que hoje é consumido na cidade de Porto Alegre. Além desta iniciativa municipal
aqui, esse projeto já existe em ações em outras capitais do País, nos grandes
centros consumidores do diesel metropolitano, em que há uma série de objetivos
e efeitos muito positivos não só para o meio ambiente como para a economia das
cidades.
O biodiesel hoje é
empregado numa mistura de 5% em todo o diesel que se consome no País, e essa
proposição de 20% é justamente para, naqueles centros onde há uma maior
concentração de veículos...
Então, o Programa todo do biodiesel foi criado a partir de 2004, num primeiro momento, com uma mistura obrigatória de 2%; depois, essa mistura foi aumentada para 3%; e, a partir de 2010, já iniciamos com uma mistura de 5%. A resposta do mercado para esse setor foi muito grande; uma série de empresas vem instalando usinas, e hoje há uma produção bastante abundante de biodiesel no País.
É um combustível
limpo que substitui o diesel de petróleo, que gera novas emissões na atmosfera.
O biodiesel é feito, principalmente hoje no Brasil, de óleo de soja, mas também
de gorduras animais e outros óleos vegetais. Ele engloba toda uma cadeia de
agricultura familiar; boa parte da matéria-prima
utilizada para a fabricação de biodiesel é da agricultura familiar, e o grande
impacto dele, quando se usa num percentual maior, está relacionado à questão da
redução de emissões. O biodiesel não gera emissões de enxofre, que é o grande
agente poluidor do diesel convencional, e isso tem um impacto forte na questão
do aquecimento global e da poluição atmosférica - um é consequente do outro. O
biodiesel também utiliza uma série de matérias-primas recicláveis. Antes do
biodiesel, grande quantidade de óleos de frituras e gorduras usadas era despejada
na rede de esgotos públicos, e com a geração de valor que o biodiesel trouxe
para esse tipo de matéria-prima, passou a haver uma grande atividade de coleta
desses óleos residuais, e isso não só ajudou a reduzir a poluição hídrica em
todo o País - eu diria que é a abrangência desse movimento -, mas também gerou
uma nova atividade econômica, que é a questão da coleta, criando um movimento
importante de inclusão social de pessoas que se encontravam marginalizadas.
Então, com essa alternativa de coleta de óleos de fritura vendida para as
indústrias de biodiesel, gera-se uma renda.
Em relação à questão
da Saúde pública, estima-se que em Porto Alegre, hoje, morram 722 pessoas ao
ano em decorrência de doenças respiratórias. Para fazer uma relação, em São
Paulo morrem mais de sete mil pessoas, e estima-se que só nas principais
capitais do País esse total chegue a 11 mil e 600 pessoas por ano. Toda essa
mortalidade causada em decorrência de doenças respiratórias também cria um
grande ônus para a Saúde pública, que tem de tratar essas doenças. E aí se tem
um efeito indireto que poderia ser revertido, através da implementação do B-20
metropolitano, nas frotas Municipais, como Carris, DMLU, enfim, outras frotas,
que, adotando esse combustível, estariam gerando menor impacto na poluição
atmosférica e uma consequente redução de gastos com Saúde pública. Para se ter uma ideia - não temos um levantamento sobre Porto Alegre
-, no Município de São Paulo existem 28 microgramas
de agentes poluentes no ar que eles respiram. Em Porto Alegre, não se tem este
levantamento, mas acontece que, segundo a Organização Mundial da Saúde, 10
microgramas seria o tolerável e o saudável para a população respirar. Então, se
vê que hoje já se extrapolou muito os índices de poluição adequada para o ar
que a gente respira diariamente.
Além disso, outros
estudos comprovam que a implementação do B-20 poderia reduzir em 12% as
emissões. Isto parece pouco, mas não é. O que acontece? Esta poluição toda está
sendo combatida através de metas para consumo de diesel com menor teor de
enxofre, diesel este que é importado com maior custo. Então, o que propõe o uso
do B-20 metropolitano? É a substituição desse diesel importado por um diesel
gerado aqui, internamente no Brasil, com custo competitivo com esse diesel de
menor enxofre e que geraria todo esse impacto positivo na questão da Saúde
pública. Acho que basicamente é isso; em termos gerais, esses são os efeitos do
B-20.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): O Sr. Odacir Klein está com a palavra.
O SR. ODACIR KLEIN: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores e Sras Vereadoras, inicio agradecendo
pela oportunidade que temos de estar falando aqui a respeito deste assunto tão
importante que é o uso de biodiesel, principalmente nas Regiões Metropolitanas.
Quero cumprimentar o
Ver. Todeschini, inclusive pelo fato de haver apresentado um Projeto de Lei
visando ao uso de biodiesel em percentuais expressivos aqui em Porto Alegre.
Eu, atualmente -
alguns podem entender que eu esteja exercendo alguma atividade pública - estou
na presidência de uma entidade privada: a União Brasileira de Biodiesel -
Ubrabio, formada por empresas brasileiras que produzem biodiesel, que há cinco
anos não produziam nada de biodiesel, não estavam sequer instaladas; hoje,
estão produzindo, e com mistura obrigatória de 5%. Algumas pessoas não têm essa
informação, mas, hoje, todo óleo diesel consumido no Brasil tem uma mistura de
5% de biodiesel. Com essa obrigatoriedade, hoje, no País, há um consumo de
aproximadamente dois bilhões e 500 milhões de litros de biodiesel/ano.
Quando iniciou o
programa do biodiesel, eram apresentados quatro motivos fundamentais, e o
quarto era o motivo ambiental. O primeiro era a finitude do petróleo. Esse
motivo, hoje, já é muito discutível; ninguém tem previsão quando isso possa
ocorrer, e nós estamos falando em Pré-Sal e maior extração de petróleo. O outro
motivo que se alegava - que seria muito providencial em função da questão de
produção de biodiesel - era exatamente o do desenvolvimento regional, que
algumas regiões do País poderiam ter o seu desenvolvimento baseado na produção
de matérias-primas e fabricação de biodiesel. O outro era o da integração
social, principalmente produção de matérias-primas pela pequena propriedade; e
o outro era o ambiental.
Hoje, se nós olharmos
a questão da finitude do petróleo, ela não é mais o assunto preponderante em
discussão. Se nós olharmos a questão de integração regional, ela vai ocorrer na
medida em que o programa do biodiesel cresça, porque é um programa forte e vai
promover a integração regional. Também a inclusão social está ocorrendo na
medida em que o programa cresce e, hoje, todas as empresas para participarem
dos leilões de venda de biodiesel à Petrobras e à Refinaria Alberto Pasqualini,
que são as compradoras em leilões, precisam ter selo combustível-social, ou
seja, estarem inscritas junto ao MDA - Ministério de Desenvolvimento Agrário -
e estarem registradas com programas de assistência ao pequeno produtor no que
diz respeito à matéria-prima. Mas o assunto preponderante, hoje, é exatamente a
questão ambiental.
O Marcos Boff estava
apresentando aqui alguns dados a respeito desta questão, e ela verdadeiramente
chama a atenção. Nós vivemos momentos em que precisamos, cada vez mais, termos
cuidados com a saúde humana, termos cuidados com o meio ambiente, termos
cuidados com a qualidade de vida.
Esses dias, eu estava
em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, e eu perguntei ao motorista da van
que estava me conduzindo para o local em que eu iria fazer uma palestra a
respeito da questão biodiesel, se ele sabia que o veículo que estava dirigindo
era movido por 5% de biodiesel, e o restante de óleo diesel, e ele disse: “Eu
sei, porque além de ter melhorado o rendimento, a emissão de fumaça do veículo
é bem menor”.
Nós estamos vivendo
momentos em que nós precisamos ter esses cuidados com relação a gasto com
saúde; não só com o gasto, mas com relação à saúde, com a questão ambiental e a
preservação de meio ambiente. Não há dúvida nenhuma - nós temos dados aqui - eu
acho melhor, Sr. Presidente, que eu fique na generalidade, para, depois, com as
perguntas dos Vereadores, nós podermos responder mais especificamente -, com
possibilidade de demonstração dos altos efeitos nocivos, hoje, nas grandes
cidades, do uso desses combustíveis fósseis, das emissões que produzem, das
doenças que produzem, dos gastos com Saúde pública.
O Marcos já falou a
respeito das mortes, inclusive com dados aqui de Porto Alegre, mas também nós
temos dados relativos aos reflexos ambientais e às consequências nocivas
relativas ao meio ambiente, produzidas exatamente por esse uso de combustíveis
fósseis.
Por isso, os
combustíveis renováveis se constituem na possibilidade de nós termos uma
modificação. Se, hoje, no País, nós temos toda uma frota, trafegando com 5% de
biodiesel, é muito importante - e o Ver. Todeschini, com muita propriedade,
abordou no seu Projeto essa questão - que nós tenhamos a possibilidade, nas
áreas metropolitanas, de termos um volume maior de uso deste combustível
renovável para produzir todos os efeitos benéficos a que nós estamos nos
referindo.
Há, em nível
nacional, um Projeto de Lei tramitando na Câmara dos Deputados, de autoria de
um Deputado de São Paulo, que já foi Prefeito, inclusive, de importante cidade
paulista, o Deputado Antonio Carlos Mendes Thame, que prevê, exatamente, que,
nas áreas metropolitanas nós tenhamos, por determinação de Lei Federal, o uso
aumentado no percentual de biodiesel. Essa Lei estabelece diretrizes sobre o
biodiesel, prevê que o biodiesel metropolitano conterá na sua composição um
percentual mínimo de 20% a mais de volume em relação ao biodiesel convencional,
ou seja, um volume maior do que esse biodiesel convencional colocado já na
mistura obrigatória de biodiesel. E, na sua Justificativa, elenca alguns
argumentos que me parecem importantes. Eu me permitirei fazer a leitura de
parte do texto, nesses quatro minutos que ainda nos restam. Na sua
Justificativa, ele fez constar (Lê.): “A inclusão do ‘biodiesel metropolitano’
na matriz energética brasileira servirá de grande impulso para reduzir e
amenizar o alto índice de poluição nas regiões metropolitanas, proveniente dos
veículos automotores, em especial dos que usam óleo diesel derivado do
petróleo, já que esses são apontados por responder por 32% das emissões
veiculares de hidrocarbonetos (HC); 25% das de monóxido de carbono (CO); 32%
das emissões de particulados; e 48% de dióxido de enxofre (SOx). Ainda que os
veículos movidos a diesel sejam os agentes minoritários das emissões automotivas
urbanas, as frotas de ônibus, por seu grande número, acabam causando maior
impacto ambiental. De acordo com a análise do Laboratório de Poluição
Atmosférica Experimental da Universidade de São Paulo, em relação à poluição
gerada pelos veículos na região metropolitana de São Paulo, os índices são
assustadores: 28,1 microgramas é a concentração de poluentes por metro cúbico
de ar; 10 microgramas de poluentes por metro cúbico é o limite considerado
tolerável pela Organização Mundial de Saúde [Quer dizer que nós temos emissão
de 28,1, quando o tolerável é 10%]; 7.187 é o número de pessoas que morrem,
todos os anos [O dado se refere a São Paulo; o Marcos já deu aqui dados
relativos a Porto Alegre], vítimas de doenças cardiorrespiratórias ‘aceleradas’
pela poluição; 13.100 pessoas são internadas anualmente pelas emissões de gases
tóxicos; 334 milhões de reais é o custo anual das internações decorrentes da
poluição; e 83,5 milhões de reais é o valor retirado dos cofres públicos
anualmente para cobrir gastos com internações”.
De sorte que essa
preocupação, Sr. Presidente, de que nós tenhamos a possibilidade de, por Lei
Municipal, fazer com que haja a obrigatoriedade do aumento do volume de mistura
obrigatória de biodiesel ao óleo diesel usado nos veículos automotores que
trafegam na Região Metropolitana, é fundamental. Por isso os cumprimentos ao
autor do Projeto.
E, agora, vou fazer uma brincadeira aqui com o meu
amigo, Ver. Haroldo de Souza, pois eu disse a ele que eu comecei sendo
comentarista esportivo e aprendi a usar o tempo. Está faltando um minuto e meio
para a conclusão do nosso tempo.
Assim sendo, agradecemos, mais uma vez, ao Sr.
Presidente, pela oportunidade que tivemos. Estamos aqui, eu e o Marcos, mas o
Marcos com mais conhecimento técnico - os senhores são políticos, eu sou
político, sou um generalista - para responder a respeito dessas questões tão
importantes.
Muito obrigado, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra em
Comunicações.
O SR.
ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, prezados convidados, quero cumprimentar o meu velho amigo e
conhecido Odacir Klein, e, desta forma, cumprimento todos os nossos visitantes.
Quero dizer que tivemos o prazer - lá no final da
década de 80, início da década de 90 -, quando estivemos na Sociedade de
Agronomia do Rio Grande do Sul, e o Odacir Klein era Secretário da Agricultura,
de discutir e implantar vários Projetos no Rio Grande do Sul, como, por
exemplo, a Lei dos Agrotóxicos, o Código Florestal, além de um grande debate
pelo desenvolvimento qualificado do Rio Grande do Sul, prezado Ver. Todeschini.
O tema que nos traz para o debate hoje é de extrema
importância e um tema estratégico para o desenvolvimento do País e do planeta.
No momento em que o colega Ver. Todeschini
apresenta aqui uma proposta de Projeto para instituir o programa de
substituição progressiva da utilização do óleo diesel convencional pelo
biodiesel - vou falar assim, porque creio que a nossa meta é chegarmos a 100%
de utilização do biodiesel. Isso é possível no País, neste momento, graças ao
Governo Federal que teve a lucidez, a disposição e a vontade política de criar
o Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel, o PNPB, para todo o Brasil.
Este Plano nacional tem, no mínimo, três grandes diretrizes, que visam a
implantar um programa sustentável promovendo a inclusão social. Falo do nosso
Estado, do Rio Grande do Sul, da matriz de produção agrícola, principalmente da
agricultura familiar, conseguindo a substituição de muitas culturas que não têm
a rentabilidade necessária, e, ao mesmo tempo, a garantia de renda, com
sustentabilidade, para as nossas propriedades. Este Programa vem dar essa
sustentação de desenvolvimento econômico e social; essa é uma das grandes
diretrizes.
A segunda grande diretriz é garantir preços
competitivos, qualidade e suprimento. Se quisermos implantar um Programa como
este, e para esta iniciativa estamos tendo aqui na Casa, Ver. Todeschini,
colegas Vereadores e Vereadoras, se não tivermos toda uma cadeia envolvida em
garantir que se tenha o produto em qualidade, quantidade e preço, será um
Projeto que não sobreviverá por si só. Esta é a segunda e grande diretriz.
A terceira, é produzir o biodiesel a partir de
diferentes fontes de oleaginosas e em regiões diversas e, diria também, com o
reaproveitamento de outras energias, como é o caso aqui da Cidade, onde já
aprovamos um Projeto de Lei, que já está em implantação, com pontos de coleta
dos óleos comestíveis, óleos de cozinha e outros. Isso tudo entra no processo
de reciclagem. Portanto, não temos dúvida de que a cidade de Porto Alegre
ganhará muito com a qualidade do debate que hoje fazemos aqui com os nossos
visitantes e com a proposta do colega Todeschini. Podemos debater e transmitir
a toda sociedade a importância que tem uma política como esta, que é a política
nacional de produção e uso do biodiesel, com os Municípios exercendo o seu
papel de gestores locais.
Vou encerrando por aqui. Cumprimento os nossos
visitantes e quero dizer-lhes que continuem nessa luta, porque é um bom momento
que o País está vivendo, com a estruturação da energia como um todo, sendo que
a política do Pré-Sal vai destinar recursos, inclusive, para o desenvolvimento
tecnológico alternativo. Um grande abraço. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra em
Comunicações.
O SR. CARLOS
TODESCHINI: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais
presentes.) O nosso cumprimento e o nosso afetuoso abraço a todos. Por que nós
estamos fazendo este debate aqui? Porque aqui é o palco - e já agradeço à Mesa
pela acolhida da sugestão - onde se toma a decisão política sobre uma questão
de alto relevo e de alta importância como esta para o meio ambiente, para a
cidade de Porto Alegre, para a Saúde Pública e para a dinamização da cadeia
econômica de uma região, que é o Rio Grande do Sul, onde há possibilidades e
ofertas.
Em 2004, aqui também fomos pioneiros num projeto
muito singelo que propôs a adição do B-2, quando ainda não acontecia, Odacir,
no Brasil - e esta Câmara aprovou, eu creio que foi o primeiro Projeto de Lei
do Brasil -, pois este assunto estava se estruturando com toda a logística, com
a tecnologia e com as possibilidades de oferta, que, à época, ainda eram muito
iniciais. Bem, naquele momento, aquela decisão foi superada, porque hoje nós
chegamos nos 5% por decisão administrativa, por política do Governo Federal e
da Petrobras, mas os efeitos são profundamente sentidos. Quem tiver
oportunidade de conhecer Veranópolis e o entorno,
toda a cadeia produtiva que funciona a partir da logística, a partir da
produção, dos fornecedores e do comércio do biodiesel, verá que já tem um
significado gigantesco na região, Ver. Haroldo. Para quem? Para milhares de
pessoas.
Nós temos um País
continental, onde a agricultura, o agronegócio de agricultura familiar e a
produção básica têm uma grandiosa importância. Produzir biodiesel é uma
alternativa potente de mercado, em que o valor remunerado à cadeia produtiva é
bem importante. Por exemplo, nós estamos numa situação de supersafra. O Rio
Grande do Sul e o Brasil estão colhendo muito mais. Parece que no Rio Grande do
Sul a safra atual é 25% superior às safras convencionais. Normalmente o que é
que acontece? Quando há superoferta, os preços dos produtos agrícolas são
depreciados, rebaixados. A alternativa do uso dos biocombustíveis é um fator
também de regulação do mercado, que pode produzir mais valor agregado. Então,
os resultados são inimagináveis, grandiosos, potentes para todos: para o meio
ambiente, para a economia, para o desenvolvimento regional, para a agregação
social, para combater o efeito estufa. Portanto, é um novo negócio, renovável,
inovador e potente.
É uma decisão que
será boa para todos, em especial para os moradores da Região Metropolitana, que
terão um ar de melhor qualidade, sofrendo menos com poluição, com doenças
alérgicas. Com um ar melhor nós poderemos avançar, em conjunto, tendo uma
política universal que represente o bem para todos. Por isto é que nós queremos
aprovar este Projeto em seguida, para liderar inclusive em termos de Brasil...
(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): O Ver. Adeli Sell está com a palavra em Comunicações. (Pausa.)
O Ver. Idenir Cecchim
está com a palavra em Comunicações, por transposição de tempo com o Ver. João Pancinha.
O SR. IDENIR
CECCHIM: Sr. Presidente, Ver. Vendruscolo, Sras Vereadoras, Srs.
Vereadores, nossos ilustres visitantes, nosso Ministro, Deputado, Secretário
Odacir Klein, é uma alegria saudá-lo aqui neste dia; ao Irineu e ao condutor, o
filho Marcos, que são lá de Veranópolis. Fica fácil de falar da empresa
Oleoplan, dos benefícios que ela traz para a Região toda, de Veranópolis até lá
no Rio Uruguai, se nota a boa influência para aqueles que plantam.
Então, Irineu, acho que é importante que vocês estejam
aqui hoje, uma empresa da Serra, que pode ser a fornecedora deste produto,
sobre o qual o Ver. Todeschini teve a luz de apresentar um Projeto. Ele pode
ser discutido para mais ou para menos; mas o mérito é muito bom, Todeschini.
Quero dizer que no Projeto Portais da Cidade, da
Prefeitura Municipal, também já está previsto isso. E no Camelódromo, essa obra
grande que se fez no Centro de Porto Alegre, também, uma das providências para
diminuir a poluição naquele local, em alguns anos, serão os ônibus articulados,
com o maior percentual possível de biodiesel. Então, veio numa boa hora o
Projeto, e a discussão desta Casa e da população.
Nós, que estamos preocupados com o destino dos
óleos comestíveis, os óleos produzidos nas frituras dos restaurantes de Porto
Alegre, parte destes já é recolhido pelo nosso DMLU. Mas se nós tivermos uma
política de toda a cadeia, certamente, teremos otimizado o recolhimento desses
óleos, que deixarão de ir para o lençol d’água ou para o Guaíba, e serão
reaproveitados, e toda a cadeia produtiva sairá ganhando. Produto nós teremos à
vontade - não é Irineu? -, não haverá falta de biodiesel; não haverá falta, e,
por isso, é um Projeto que não vai sofrer interrupção alguma por falta de
matéria-prima, o que será um avanço, sem dúvida nenhuma, para cuidar do meio
ambiente.
Assim como o Ver. Beto Moesch, que, com razão, se
preocupa tanto com o meio ambiente, nós também queremos proteger o meio
ambiente; podemos ter algumas divergências de como proteger, mas acho que este
Projeto é inteligente. Nós temos um bom tempo para discuti-lo e para aprovar
aquilo que é bom, aquilo que trará benefício para a população. O meio ambiente
de Porto Alegre certamente se beneficiará com a adoção desta medida de agregar
no combustível dos nossos coletivos, da frota da Grande Porto Alegre, o
biodiesel, que deixará o nosso ar mais respirável.
Então, meus cumprimentos, Odacir Klein, Irineu e
Marcos, por estarem aqui expondo este assunto.
O Sr. Airto
Ferronato: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Quero, em primeiro
lugar, trazer um abraço a V. Exª, ao nosso Presidente em exercício, aos nossos
visitantes, e, em especial, ao nosso querido amigo Odacir Klein, e dizer da
importância que é tê-lo conosco, nesta tarde, aqui na Câmara Municipal de Porto
Alegre. Também quero dizer da importância do tema. V. Exª sabe que nós, aqui na
Câmara, estamos tratando, desde os primeiros momentos de 2009, sobre o Pré-Sal.
Eu não me canso de dizer - mesmo o Brasil tendo conquistado essa riqueza - da
importância de o Brasil ser um dos pioneiros, e já há estudos bastante
avançados sobre a questão do combustível alternativo. O biodiesel é um exemplo,
e o nosso amigo Odacir também é. Obrigado.
O SR.
PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): O Ver. Idenir Cecchim continua com a palavra em
Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Airto Ferronato.
O SR. IDENIR
CECCHIM: Presidente, o Ver. Airto Ferronato deu uma contribuição, e eu agradeço.
Eu estava concluindo, mas quero dizer que já se nota, até pelo interesse dos
Vereadores, que o tema merece a atenção desta Casa, merece uma discussão mais
profunda, e quem vai sair ganhando, sem dúvida nenhuma, somos todos nós, os
habitantes das cidades, principalmente de Porto Alegre, que ganharão um ar mais
puro.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): O Ver. João Pancinha está com a palavra em
Comunicações.
O SR. JOÃO
PANCINHA: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os
componentes da Mesa e demais presentes.) Este tema trazido para o Período de
Comunicações de hoje é extremamente importante, principalmente nos dias que
estamos vivendo e pelos que virão pela frente. A emissão de gases poluentes -
como bem disseram os nossos palestrantes -, em São Paulo, já é muito
preocupante, com 28 microgramas por metro cúbico de ar. Porto Alegre não deve
estar muito atrás; certamente, é menor esse índice, mas nós também precisamos
nos preocupar. Sem dúvida nenhuma, o momento exige isso, a situação exige isso,
o ambiente necessita que pensemos a respeito disso. E veio em boa hora esse
Projeto de Lei do Ver. Todeschini para suscitar essa discussão. Bem disse o
nosso convidado Odacir Klein: o tema era ambiental, era o quarto item na
justificativa do biodiesel, e hoje ele passa a ser o primeiro, porque ele trata
da área da Saúde pública. A emissão de gases deve ser realmente controlada,
deve ser estudada.
Aqui em Porto Alegre, a SMAM já tem, inclusive, um
projeto-piloto em andamento, justamente para transformar o óleo de cozinha em
biodiesel; é óbvio que é um projeto insipiente, está iniciando, mas já
demonstra a preocupação que nós, porto-alegrenses, temos nesse sentido, também
o Poder Executivo, e, agora, o Poder Legislativo. Foi-nos trazida uma
informação que eu desconhecia, Ver. Todeschini, que, hoje, o óleo combustível
possui 5% de biodiesel. Isso é importante, e nós temos que aumentar essa
porcentagem, mas pesquisas devem ser feitas sobre de onde produzir o biodiesel.
Eu quero deixar duas indagações para os nossos
convidados, já agradecendo as suas presenças, e dizendo que está sendo muito
produtivo para nós, Vereadores, e certamente para os telespectadores, ter
conhecimento desse tema. Eu pergunto onde, no Brasil e no mundo, está mais
avançada essa questão do uso biodiesel, e se já há um estudo de durabilidade
e/ou manutenção desses motores que utilizam o óleo diesel com essa mistura; e o
que as empresas fabricantes desses motores estão fazendo, também, no sentido de
adequarem seus motores para a utilização cada vez maior do biodiesel. São
perguntas que eu deixo, e tenho certeza de que esse estudo irá se aprofundar,
cada vez mais, e esta Câmara é vanguardista nesse sentido. Vamos discutir,
vamos nos aprofundar no tema, porque é importante. E quanto mais debate
tivermos, mais a nossa comunidade, mais a nossa população saberá.
O Ver. Idenir Cecchim comentou sobre os Portais da
Cidade, que também vão ajudar, sem dúvida nenhuma, na diminuição da emissão
desses gases poluentes, porque vão reduzir, e muito, a questão dos
engarrafamentos do transporte coletivo no Centro de Porto Alegre.
Muito obrigado pela presença de vocês e pelos
esclarecimentos que V. Sas trazem para esta Casa.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): O Ver. Beto Moesch está com a palavra em
Comunicações.
O SR. BETO
MOESCH: Sr. Presidente, Ver. Bernardino Vendruscolo; Odacir Klein, ex-Deputado
Estadual, ex-Deputado Federal, Presidente Executivo da União Brasileira do
Biodiesel; Sr. Irineu Boff, Presidente da Oleoplan; e Sr. Marcos Boff, Diretor
da Divisão da Biodiesel da Oleoplan; este é um assunto por demais recorrente no
Brasil e no mundo, o biodiesel ou o biocombustível como alternativa a uma
matriz energética que, além de estar já quase esgotada em nível de escala
mundial, comprova-se extremamente poluente, e que, se por um lado proporcionou
o desenvolvimento econômico e até mesmo social para a humanidade, Ver. DJ
Cassiá, por outro lado, comprova-se extremamente maléfica para a própria
humanidade, que é o petróleo. Portanto, não há dúvida de que o petróleo é a
matriz energética do passado, e é por isso que eu não entendo alguns que
defendem a energia alternativa e, por outro lado, defendem o Pré-Sal. Porque o
Pré-Sal, na minha opinião, é apenas, e nada mais do que isso, uma reserva
técnica. Mas, ao contrário, o Governo Federal quer acelerar a sua exploração,
criando, inclusive, uma verdadeira guerra entre os Estados brasileiros.
Petróleo é a matriz energética do passado, mas o Governo Federal talvez ainda
não tenha entendido isso, porque continua priorizando o Pré-Sal. Agora, ao
contrário, a energia do presente e do futuro, que é a energia eólica, a energia
solar e o uso dos biocombustíveis são justamente as principais fontes não só de
energia, mas as principais fontes de desenvolvimento do Brasil, porque não há
nenhum País como este que tenha a capacidade, o know-how, a história - e está aí o álcool como exemplo - para
oferecer tecnologia com segurança, com competitividade através dessas energias.
Isso é um orgulho para o Brasil, tanto é que vários países querem, cada vez
mais, importar produtos extraídos da soja, da cana-de-açúcar, do bagaço da
cana, da casca do arroz, Ver. Todeschini, as mais variadas formas de
transformar uma matriz energética, um combustível. E muito do que seria
resíduo, Ver. Pancinha, do que seria lixo, como a casca do arroz, o bagaço da
cana-de-açúcar - um poluente, claro, todo lixo é - se transforma em biodiesel,
gerando renda, gerando empregos, muito mais do que o petróleo - muito mais,
muito mais. Este assunto tem sido, sim, muito debatido também nesta Casa, e nós
precisamos, cada vez mais, colocar o biodiesel na nossa frota de ônibus. Em
alguns Estados, como no Paraná e São Paulo - no caso, em Curitiba e no
Município de São Paulo -, algumas companhias já utilizam 30% do combustível
através do biodiesel - 30%, enquanto aqui nós estamos em 5% -, já há muitos
anos, com sucesso. A frota da Prefeitura de Porto Alegre deveria ser assim
também.
Quero apenas dividir com os senhores algo que nós
já conversamos muito aqui entre os Vereadores, um case de sucesso, que não sei como é que está hoje, mas que mostra
como, com pesquisa, com vontade, nós podemos avançar muito. A Secretaria
Municipal do Meio Ambiente fez um convênio com a PUC, em 2006, e começou a
produzir biodiesel através do óleo de fritura dos restaurantes. Eu não sei
também como é que está hoje, mas, na época, a Secretaria Municipal do Meio
Ambiente tinha 24 tratores, que são os que cortam as gramas dos parques e
praças da Cidade, e todos eles, sem exceção, passaram a funcionar com esse óleo
de fritura transformado em biocombustível. E a última informação que eu tive,
que é de 2008, é que foi testado um trator, aqui no Parque Marinha do Brasil,
com 100% de biodiesel, com óleo de fritura, e funcionou de forma perfeita.
Aliás, nesses estudos, descobri que o primeiro motor a diesel no mundo, na
Alemanha, passou a funcionar com biodiesel lá no final do século XIX. O Ver.
Carlos Todeschini diz que é de óleo de amendoim, mas o que interessa é que não
era de petróleo, não era o nosso diesel, esse diesel sujo, poluente, que
compromete a saúde pública da nossa população. Não, esse era menos poluente.
Portanto, Ver. Bernardino Vendruscolo, parece que é
muito novo, mas não é tão novo assim, não. Na realidade, nós precisamos ter uma
vontade política, uma decisão ousada desta Casa e deste Município para que
tenhamos a nossa frota de ônibus - Ver. João Pancinha, que agora vai assumir a
Carris -, alimentada por biocombustível em, no mínimo, 30%, como já fazem São
Paulo e Curitiba; no mínimo, para que possa passar a 50% e - por que não? -,
até 100%, como já ocorre em alguns lugares, como na Suécia.
Terá o nosso apoio, Ver. João Pancinha. Terá o
nosso apoio, com certeza, Ver. Dr. Raul. Porque isso é menos doença para a
população. Não é só o meio ambiente que ganha. Aliás, quando o meio ambiente
ganha, a população ganha. É menos doença, é mais Saúde pública. Muito obrigado;
parabéns pelas explanações.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): A Verª Fernanda Melchionna está com a palavra em
Comunicações.
A SRA.
FERNANDA MELCHIONNA: Sr. Presidente, Ver. Bernardino Vendruscolo;
agradeço-lhe pela mudança da ordem de inscrição, uma vez que temos uma reunião,
na Secretaria Municipal, sobre a questão do camelódromo. Uma questão bem
crítica, na nossa Cidade, daqueles trabalhadores que não estão conseguindo
sobreviver naquele espaço.
Eu queria cumprimentar os senhores Odacir Klein,
Irineu Boff e Marcos Boff e dizer que este debate para nós, aqui, é muito
importante no sentido de pensar globalmente e agir na nossa Cidade.
Nós, eu e o Ver. Carlos Todeschini, estivemos na
Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, em Copenhague, e,
de fato, alguns debates se colocam como urgentes para a perspectiva de
manutenção da vida e dos recursos naturais do nosso planeta.
Segundo a palestra do Sr. Carlos Nobre, hoje de
manhã, na Aula Magna da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, a previsão é
de que, se seguirem esses padrões de consumo e de uso dos combustíveis fósseis
- carvão, petróleo - no planeta, se apenas seguir esse uso desenfreado e a
emissão de 9,7 toneladas de CO² para a atmosfera, aumentará em cinco graus a
temperatura do planeta. O que vai levar à savanização e ao fim de vários
ecossistemas, biodiversidades, mas, sobretudo, a um aumento brutal do nível do
mar, de 20 cm a 30 cm; vai se produzir em menos de 200 anos um ritmo maior do
que em dez mil anos se produziu no planeta, Ver. Carlos Todeschini, com o
sumiço de vários paises, com a falta de água potável. Certamente, para a gente
mudar um padrão de consumo numa sociedade capitalista como a nossa, que segue a
lógica do uso desenfreado dos recursos
naturais, é necessário, num primeiro momento, discutir a matriz energética. Se
nós não discutirmos o uso das energias renováveis como forma de manutenção e
diminuição da temperatura, que, como está previsto, deve aumentar no planeta...
Já é irreversível; de qualquer forma vai aumentar. O debate é: até quando, se
aumentar a temperatura do planeta, se houver a possibilidade de as mobilizações
que vimos em Copenhague se reproduzirem em todos os lugares do mundo para que
haja de fato uma mudança nos padrões.
O debate que os
senhores trazem é fundamental. Nós, que acompanhamos um debate sobre o
biocombustível, acompanhamos um debate em que primeiro participava a lógica da
economia, ou da agroindústria concentradora das riquezas e da renda, em que a
maior parte do álcool produzido a partir da cana-de-açúcar era justamente nos
grandes latifúndios do nosso País, o que inclusive estimula a monocultura, que
é uma das causas da erosão do solo e uma das causas da degradação do nosso
planeta. Portanto, numa lógica também de resolver os problemas sociais
vinculados aos problemas climáticos, é necessário discutir uma alternativa para
os pequenos, a partir da Reforma Agrária, a partir do plantio da mamona para se
produzir biodiesel, como foi falado pelos senhores. Por exemplo, sobre o uso do
óleo de cozinha, a nossa Deputada Federal Luciana Genro propunha, em 2008, como
forma de resolver o problema dos carroceiros, que houvesse usinas para produzir
biodiesel a partir da coleta do óleo de cozinha das pessoas e também das
indústrias. Infelizmente se tem a Lei dos carroceiros, que foi aprovada, e
nenhuma alternativa de geração de renda foi apontada para esse setor, que é
fundamental.
Eu queria parabenizar
por este debate. Acho que é um desafio para nós, é um desafio para Porto Alegre
pensar em padrões para o transporte coletivo que utilize energias renováveis e
menos poluentes para a atmosfera do nosso planeta e da nossa Cidade, evitando
inclusive que Porto Alegre repita, Sr. Presidente, o que nós estamos vendo em
São Paulo neste momento - agora no Rio, mas é outro debate, também fruto das
mudanças climáticas. Em São Paulo, produziu-se uma ilha de calor, que é fruto
do próprio crescimento da cidade e do padrão de poluição em ritmo acelerado, o
que levou quase à impermeabilização da cidade com aquela chuva estrondosa que
ocorreu neste ano e no ano passado, padrões que não se viam há no mínimo 70 anos.
Nós, em Porto Alegre, podemos estar caminhando nesse mesmo sentido, que é o
sentido que justamente tem que ser combatido. Por que digo isso? Porque foi
aprovado um Plano Diretor que facilita a construção de grandes empreendimentos
no sentido de propiciar o concreto na nossa Cidade; os Portais da Cidade, Ver.
João Pancinha, com todo o respeito que tenho a V. Exª, que vão ter grandes
impactos, porque vão ser mini-shoppings,
em vez de bilhetagem, como ocorre em vários países do mundo. Inclusive, em
Copenhague, nós assistimos à integração do metrô com o ônibus a partir de um
bilhete, sem nenhuma construção, sem nenhuma bancada de concreto para
prejudicar mais - o Ver. Carlos Todeschini tem nas mãos o bilhete que faz a
integração... e ainda mais que não vai se reduzir com os Portais... porque a
integração é assim: sai do metrô, pega o ônibus na rua, sem nenhuma grande
construção e grandes parcerias que vão trazer mais impactos à Cidade. Na
verdade, mesmo dentro dessa lógica, haverá a substituição dos ônibus, nos
Portais, pelos micro-ônibus, e nós temos dúvidas sobre a qualidade do
transporte no que se refere à demora que vai haver; nós achamos, inclusive, que
tendem a atrapalhar...
Para concluir, Sr.
Presidente, os Portais, na nossa opinião, não são uma opção que resolvem o
problema do transporte coletivo, seja para o bem-estar da população, porque
tende a ser uma baldeação, seja na poluição ao meio ambiente. O correto,
evidentemente, é lutar por um metrô, lutar pelo uso do biodiesel, e lutar para
que haja as ciclovias na nossa Cidade e menos construções de impacto urbano; ao
contrário, temos de fazer a preservação das áreas naturais da nossa Cidade,
pensando que Porto Alegre também é parte do planeta, e, para salvarmos o
planeta, temos também que salvar a nossa Cidade.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): Solicito ao Ver. Tarciso Flecha Negra que assuma a presidência dos
trabalhos, para que este Vereador possa se pronunciar.
(O Ver. Tarciso
Flecha Negra assume a presidência dos trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE (Tarciso Flecha Negra): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra em Comunicações.
O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr.
Presidente dos trabalhos, Ver. Tarciso Flecha Negra, Srs. Vereadores, Sras
Vereadores, cumprimento o Sr. Odacir Klein; o Sr. Irineu Boff e Marcos Boff -
que são pai e filho, eu me atrevi a perguntar se eram irmãos. Dr. Odacir, venho
a esta tribuna para cumprimentá-lo e cumprimentar também todos os Vereadores e
Vereadores e os demais presentes, e gostaria que, no encerramento, V. Exª nos
dissesse qual é o tamanho do apoio que o Poder Público dá a essas iniciativas,
porque o que se vê é que o particular, a iniciativa privada, Ver. Todeschini,
está mais preocupada com esses assuntos do que os Poderes Públicos
constituídos, de um modo geral. Vou citar um exemplo: há poucos dias, aprovamos
um Projeto, de minha autoria, que instituiu um programa de adequação da frota
de automóveis do Município ao GNV - Gás Natural Veicular -, Dr. Klein. Tivemos
parte do Projeto vetada e parte aprovada - vamos ver o que vai acontecer -, mas
surpreendi-me, porque eu imaginava, naquele momento, receber visitas,
incentivos, apoio técnico, enfim, da nossa Sulgás, empresa de nosso Estado. Aí,
como houve aquele silêncio, aquela falta de comunicação, alguns amigos que lá
tenho me ligando de vez em quando, atrevi-me a perguntar quantos automóveis da
frota da Sulgás usavam o próprio gás. Bem, me recuso a dizer isso, mas me
surpreendeu! Está aí uma prova de que, no meu modo de ver, o Poder Público, de
modo geral, não esteja tão preocupado com o
meio ambiente como os empresários da iniciativa privada.
Então, quero
cumprimentar todos os senhores, e que os senhores possam andar por este Rio
Grande, por este Brasil, levando essas informações, porque só por meio da
informação é que vamos, cada vez mais, nos fortalecer, e, de uma forma ou de
outra, cada um dentro das suas limitações, tentar convencer os homens públicos,
especialmente os do Poder Executivo dos Municípios, dos Estados e da União para
dar efetivo apoio. Mas não é apoio de conversa, é apoio financeiro, direta ou
indiretamente, por meio de incentivo à diminuição de impostos. Parabéns a vocês
todos!
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Tarciso Flecha Negra): Devolvo a presidência dos trabalhos ao Sr. 1º Secretário, Ver.
Bernardino Vendruscolo.
(O Ver. Bernardino
Vendruscolo reassume a presidência dos trabalhos.)
O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr.
Presidente, o Projeto em debate prevê o uso do B-100. Então, a pergunta que
faço é se isso é adequado do ponto de vista da informação que os senhores
detêm, ou, se não é, até que nível poderia ser adequado? Porque foi falado em
B-20. Por que o Marcos, em especial, falou do B-20? E se a logística, as
empresas, Odacir, têm condições de abastecer nessas proporções? Foi falado em
B-20, o Beto propôs o B-30 e até o B-100. É importante também informar esses
elementos, se for possível. Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): O Dr. Odacir Klein está com a palavra, para suas conclusões.
O SR. ODACIR KLEIN: Agradeço, mais uma
vez, pela oportunidade que estamos tendo aqui, e agradeço também a todos os
Vereadores que participaram do debate, que foi qualificado.
Sem nominar, vou
procurar responder - e o nosso amigo Marcos complementará - a algumas das
indagações levantadas aqui, deixando para responder a indagação do Ver.
Todeschini no final, que é a respeito da possibilidade de atendimento de
percentuais mais elevados do que o B-20.
Em primeiro lugar,
houve uma indagação feita aqui - e vou-me referir nominalmente a quem a fez: o
Ver. Vendruscolo - relativa à questão de apoio do Poder Público.
Eu sempre brinco que
hoje estou em uma posição muito confortável, pois passei muitos anos da minha
vida numa situação em que eu era oposição ou era governo, e, obviamente, dentro
do funcionamento da democracia, como oposição, cumprindo misteres
oposicionistas; e, como governo, defendendo os programas de governo. E, hoje,
na presidência de uma entidade da sociedade civil, fico muito à vontade para
fazer uma análise sem postura oposicionista ou sem postura governista. Entendo
que o Programa de Biodiesel no Brasil foi implantado, e hoje nós temos essa
possibilidade de mistura obrigatória de 5%, por dois motivos: por determinação
governamental e por ousadia dos empresários. Houve um programa que poderia ser
visto como manifestação de intenção, que não foi, e os empresários investiram
e, sem que empresários houvesse investido, nós não teríamos produção de
biodiesel para esse abastecimento de 5% de mistura obrigatória, ou seja, dois
bilhões e 500 milhões de litros, por ano, circulando no Brasil. Então, na
verdade, houve credibilidade de um Programa Nacional de Biodiesel, sem dúvida
nenhuma, que começou há poucos anos, tanto que a Lei é de 2005. Nós tínhamos
previsão de mistura obrigatória de 2% para 2008, e mistura obrigatória de 5%
para 2013, e, em função da credibilidade, do arrojo dos empresários, nós temos
hoje a garantia de mistura obrigatória de 5% de biodiesel.
Nós temos sentido em diversas áreas de
Administrações Estaduais e Municipais a preocupação em fazer com que esse
Programa avance, principalmente em função dos seus aspectos ambientais.
Um assunto que não foi levantado aqui com
insistência, mas que eu acho que nós seríamos omissos se não nos referíssemos a
ele, é que o biodiesel hoje é mais caro que o óleo diesel; há um pequeno
encarecimento do óleo diesel com o uso do biodiesel, mas muito pequeno. A cada
1% de mistura obrigatória não chega a ter o aumento de um centavo por litro.
Mas, de toda forma, no que diz respeito a essa questão de uso de biodiesel,
principalmente em áreas Metropolitanas, o que há é um grande direcionamento do
recurso que seria destinado a internações hospitalares ou à preservação de meio
ambiente por outras formas para um Programa específico de biodiesel, e não há
nenhum escândalo em os produtores do biodiesel pleitearem, através de medidas
governamentais, por sistemas tributários que contemplem cada vez mais o
estímulo à produção deste combustível renovável.
Foi feita a pergunta sobre a capacidade de
abastecimento do mercado. Eu vou dar um dado aqui que no Rio Grande do Sul
chama a atenção. No Rio Grande do Sul se consome 6,3% - esse dado pode ter
mudado um pouco, mas se mudou é pouco; esse dado é de alguns meses atrás,
quando eu fiz uma palestra - do óleo diesel consumido no Brasil. Vocês sabem
quanto o Rio Grande do Sul vende nos leilões de biodiesel? No mínimo, 25%.
Houve leiloes em que foram vendidos aproximadamente 30% do biodiesel consumido
no País. Se o biodiesel hoje é apenas mercado de mistura obrigatória, é óbvio
que se o Rio Grande consome 6,3% de todo o óleo diesel consumido no País e
vende mais de 25% do biodiesel, e agora mais três empresas estão se instalando,
é porque o Estado tem capacidade, e logo estaremos fora do mercado de mistura
obrigatória, ou com mistura obrigatória, mas sem os leilões, sem a compra
apenas pela Petrobras e pela Refinaria Alberto Pasqualini. Aqui no Rio Grande
do Sul, há a capacidade para abastecimento, tranquilo, sem problema nenhum,
para uma demanda de biodiesel metropolitano com percentuais aumentados; não há
nenhum problema.
Relativamente aos motores, há uma sistemática toda,
e muito responsável, no que diz
respeito, inclusive, a esses testes. Não há dúvida de que alguns setores
resistiram; era muito mais confortável para determinadas áreas da indústria
automobilística dizer que não queriam investir, de que o que está aí está muito
bom, que não tem importância. Mas há os testes nos motores e a ANP vai
liberando na medida em que esses testes são produzidos.
Eu, amanhã, estou indo a São Paulo, porque o
Presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores -
Anfavea - está terminando seu mandato e um novo Presidente vai assumir. O
mandato é trianual, e, em consequência disso, o Diretor Executivo da Anfavea me
pediu que eu fosse a São Paulo amanhã para conversarmos exatamente sobre os
desdobramentos da questão de indústria automotiva e biodiesel. Mas há testes
sérios, testes qualificados com garantia de que os motores têm condições de
suportar sem nenhum problema.
Com relação à matéria-prima - o Ver. Moesch
levantou a questão referente ao uso de óleo de cozinha como matéria-prima para
biodiesel -, nós temos as mais diversas. Hoje, para que tivéssemos produção de
5%, havia uma matéria-prima disponível: a soja. Agora, nós usarmos óleo de
cozinha, é da maior importância. Alguns dizem que isso não vai resolver o
problema, pois o volume resultante do óleo de cozinha não vai ser significativo
para um programa que se defende aumentando os percentuais obrigatórios cada vez
mais. Mas só o fato, Vereador, de estarmos tirando dos nossos esgotos, dos
nossos rios, das nossas águas esse óleo usado e com alto poder poluente é algo
significativo. A variedade de matéria-prima vai ocorrer paralelamente ao
desenvolvimento de um programa. Um programa fraco, que ficasse dependendo de
nós termos óleo de mamona - que é um óleo caro, hoje, por falta de escala, mas
importante -, óleo de girassol - que é mais caro do que o óleo de soja, mas é
importante -, ou óleo de canola - com o qual a Europa produz biodiesel, mas que
é importante e mais caro do que o óleo de soja -; se nós dependêssemos disso,
não teríamos ainda o Programa. Hoje, o Programa tem a soja como setenta e
poucos por cento de matéria-prima, mais de 10% de gordura animal e o restante
de outras matérias-primas. Agora, quanto mais nós pudermos avançar no sentido
do aproveitamento de óleo de cozinha, nós estaremos com novas matérias-primas e
retirando agentes poluentes do nosso meio, principalmente do meio urbano.
Então, com relação à matéria-prima, nós temos matéria-prima abundante; o uso da soja para esse fim não prejudica em nada o
alimento. O óleo é 18% da soja, 80% é farelo que é transformado em proteína
animal para alimentação da nossa população, inclusive para gerar receita sob
forma de exportação; então não há problema de matéria-prima. E, na medida em
que o Programa avançar, as novas matérias-primas irão surgindo cada vez mais
acentuadamente.
Relativamente ao Pré-Sal, numa ocasião,
acompanhando uma comitiva empresarial, eu fiz uma palestra sobre o biodiesel na
Ucrânia. Em Hamburgo, quando estava acompanhando uma comitiva empresarial do
Presidente da República, fizeram uma pergunta ao Presidente a respeito do uso
do Pré-Sal, se não conflitava com esses combustíveis alternativos. E a resposta
que eu ouvi da comitiva governamental foi de que o Pré-Sal seria, em grande,
parte destinado, o petróleo do Pré-Sal, para outras atividades industriais,
para outros fins que não o fim específico de geração de energia.
Quanto ao B-100, parabéns pelo Projeto. Há toda a
possibilidade de termos B-100. Agora, a caminhada se faz ao caminhar. A posição
da Ubrabio, neste momento, se tiver B-100, ótimo. Mas a defesa é de B-20
metropolitano. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): Sr. Marcos Boff, Sr. Irineu Boff e Sr. Odacir
Klein, foram de suma importância os esclarecimentos que nós aqui recebemos.
Queremos agradecer-lhes em nome da Casa.
Estão suspensos os trabalhos para as despedidas.
(Suspendem-se os trabalhos às 15h39min.)
O SR.
PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo - às 15h42min): Estão
reabertos os trabalhos. Passamos ao
A Verª Maria Celeste está com a palavra em Grande
Expediente, por cedência de tempo do Ver. Pedro Ruas.
A SRA. MARIA
CELESTE: Sr. Presidente, Ver. Bernardino Vendruscolo, na presidência dos
trabalhos; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, eu quero saudar todos
os Secretários-Vereadores que retornam ao nosso Plenário nesses últimos dias,
retomando suas Bancadas como Vereadores, tendo em vista que é a primeira vez
que estou em Grande Expediente, neste período, nesta Casa. Quero também
agradecer ao Ver. Pedro Ruas pela cedência deste espaço.
O que me traz ao Grande Expediente de hoje é uma
data que nós, nesta Casa, Ver. Beto Moesch - que já foi Presidente da Comissão
de Saúde -, temos comemorado, mas a que também temos solicitado uma maior
atenção, que é o Dia Mundial da Saúde, que foi o dia de ontem. Ontem, quando todo
o Brasil e todo mundo comemoram avanços na Saúde, eu dizia, pela manhã, em uma
Rádio da Cidade, que ainda há muito a fazer e pouco a comemorar. Nós percebemos
que a universalização do SUS, que foi uma conquista do povo brasileiro, o
acesso a essa universalização ainda está muito defasado. Quando nós nos
deparamos, especialmente na nossa Cidade - falo aqui porque sou Vereadora da
cidade de Porto Alegre, Ver. João Antonio Dib -, com e-mails recebidos, como V. Exª deve ter recebido, do Sr. Raul Lima,
no dia de ontem, pela manhã, ele se manifestava e dizia da sua indignação com o
seguinte texto: “Quero agradecer a humilhação e o constrangimento a que os
senhores submetem os moradores da Vila Farrapos”. E esse é um desabafo não só
da Vila Farrapos, mas das várias vilas da nossa Cidade, que têm os postos de
Saúde sucateados, que têm os diversos problemas que nós, inúmeras vezes,
relatamos nesta tribuna. Ele fala aqui neste e-mail que, como cidadão de Porto Alegre, ele tem vergonha do
constrangimento com que os operadores da nossa Cidade, os órgãos, tanto o
Executivo quanto a Câmara Municipal, se omitem diante de uma realidade tão dura
e tão grave. Por exemplo, quando as pessoas vão, às 4 horas da manhã, ou às 18
horas do dia anterior, para uma fila num posto de saúde tentar uma ficha para o
seu atendimento. É essa a dura realidade que o Sr. Raul nos transcreve, jogando
uma responsabilidade que eu diria não ser do Parlamento, porque o órgão gestor
da Cidade é o Executivo local. A responsável pela Saúde na Cidade de Porto
Alegre é a Secretaria da Saúde, é o Prefeito Municipal. Mas como Vereadores,
Ver. Haroldo, nós somos fiscalizadores. E nós verificamos que, lamentavelmente,
não apenas este e-mail, mas tantos
outros relatam, de forma indignada, o caos em que se transformou a Saúde no
Município de Porto Alegre.
Recebi, também, outro e-mail, coincidentemente todos no Dia Mundial da Saúde, - e os
senhores também devem ter recebido, porque foram distribuídas cópias para todos
os Vereadores -, da senhora Milena, no qual ela fala e relata da sua
dificuldade enquanto trabalhadora na Saúde do Município de Porto Alegre.
E nós temos aqui, sim, desta tribuna, falado,
gritado, alertado sobre os problemas na gestão da Saúde no Município de Porto
Alegre. Não é a primeira vez que isso acontece, e gostaria que fosse a última,
mas, com certeza, não será. Vejo aqui Delegados da Saúde da Cidade de Porto
Alegre, do Conselho Municipal de Saúde, e nós, inúmeras vezes, alertamos e
denunciamos os números na Saúde; alertamos sobre as contas rejeitadas pelo
Conselho Municipal de 2006 a 2009; alertamos sobre a denúncia de propina na
contratação da empresa de Segurança Reação, que motivou um pedido de CPI, no
ano passado, e não avançamos, tendo, lamentavelmente, verificado e visto, nas
últimas semanas, no que acabou a questão da empresa Reação na Cidade de Porto
Alegre, especialmente no que tange ao ex-Secretário de Saúde do Município.
Temos alertado e falado, inúmeras vezes, sobre a
investigação do Ministério Público e da Polícia Federal por desvios do
Instituto Sollus ou o desvio de quase 10 milhões de reais do Programa de Saúde
da Família. Temos dito, há muito tempo, desta tribuna, que somente 25 novas
equipes foram implantadas no Programa de Saúde da Família no Município de Porto
Alegre. Foram prometidas, em tempo de campanha, 200 equipes. O candidato, à
época, Prefeito da Cidade, Prefeito Fogaça, que abandonou a Cidade neste último período para concorrer ao Governo do Estado,
prometeu que iria implantar 200 equipes de PSF na nossa Cidade; não chegou nem
a 100! Portanto, por essa má gestão na Saúde é que nós, Vereadores, estamos
sendo responsabilizados. O cidadão porto-alegrense quer que esta Câmara, que os
Vereadores se posicionem, cobrem do Executivo, fiscalizem o Executivo pelo
serviço que lá na ponta não está sendo ofertado; pela falta de medicamento,
pela falta de médico, de enfermeiro, de agente comunitário, por esse imbróglio
em que está a situação dos PSFs na Cidade de Porto Alegre; pela incerteza do
trabalhador da Saúde, do agente comunitário, do enfermeiro. E o Prefeito manda
um Projeto para cá, e nós alertávamos para a incorreção daquele Projeto,
alertávamos que não poderíamos criar um departamento dentro da Secretaria de
Saúde, que o Projeto estava errado. Esta Casa fez um esforço sobre-humano, Ver.
DJ Cassiá, para o conserto daquele Projeto, com Emendas, organizando com os
trabalhadores as possibilidades, e o Governo agora o envia para esta Casa,
vetando várias partes do Projeto, porque o Ministério Público do Trabalho e o
Ministério Público Estadual dizem que está incorreto, que não há possibilidade
de contratação, através da CLT, dos trabalhadores do Programa de Saúde da
Família.
Desta forma, eu quero
aqui continuar criticando, porque nos resta a crítica, já que aquilo que
poderíamos fazer efetivamente - fiscalizar, apontar, fazer com que o gestor da
Cidade tome ciência efetivamente do que está acontecendo na sua gestão como
Prefeito da Cidade, como Secretário da Cidade - não ocorre. Resta-nos aqui,
Ver. Ismael, mais uma vez, denunciar, apontar desta tribuna os problemas da
gestão da Saúde no Município de Porto Alegre.
Lamentamos
profundamente, profundamente! Em 2008 - a Verª Neuza Canabarro era Presidenta
da Comissão de Saúde desta Casa -, visitamos os 54 Postos de Saúde, dividimos a
Comissão em duplas, visitamos todos os Postos. Ali
o ex-Secretário nos dizia: “Parem de reclamar da Saúde; tragam e vejam a pauta
positiva com a reforma das 54 Unidades de Saúde da Cidade”. Visitamos as
Unidades de Saúde, e, para a nossa surpresa, apenas dez Postos tinham sido
reformados à época; este é mais um dado triste para a nossa Saúde. Por isso não
temos a comemorar pelo Dia da Saúde. Também a paralisação na informatização na
rede da Saúde, um Projeto que iniciou em 2002, e, de lá para cá, nada mais foi
feito. Ouço Vossa Excelência, Ver. Todeschini, com muita satisfação.
O Sr. Carlos Todeschini: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Verª Maria
Celeste, corroborando a sua manifestação, que muito apropriada, é importante
que se diga que, desde o último trimestre de 2006 para cá, o Conselho Municipal
de Saúde não aprova as contas da Saúde do Município. Estamos, ainda que tentem
minimizar, vivendo uma verdadeira hecatombe com os acontecimentos da Saúde,
inclusive com o episódio trágico da morte do ex-Secretário. São coisas muito
fortes, muito lamentáveis, em que a responsabilidade dos agentes públicos, em
especial do ex-Secretário e do ex-Prefeito, que abandonou Porto Alegre, são
nítidas. Essas situações trouxeram e produziram pesados danos ao Erário do
Município de Porto Alegre e precisam de reparação, porque ainda estão por aí -
o dinheiro desviado precisa ser devolvido, e os agentes que contribuíram com
isso precisam ser punidos, porque não existe corrupção unilateral. Se existem
empresas corruptas é porque há agentes públicos que contribuem para lesar os
cofres públicos. Portanto, a Saúde está muito mal, está um caos, e precisamos,
já agradecendo pelo aparte, de soluções para esses casos.
A SRA. MARIA CELESTE: Obrigada, Ver.
Todeschini. Fiz referência à questão do controle social e, desde 2006, de fato,
as contas da gestão na Secretaria da Saúde não foram aprovadas pelo Conselho
Municipal. De fato, nós trazemos sempre aqui os
dados, os números - a nossa fala vem embasada em elementos construídos,
divulgados pela própria Prefeitura Municipal -, e percebe-se que, nos últimos
quatro anos, Ver. Brasinha, há um baixo índice de investimento na Saúde no
Município de Porto Alegre. Há argumentos de quem deixou pior ou melhor? Não, há
dados concretos de que há um baixo investimento na Saúde nos últimos quatro
anos na nossa Cidade, o que nós temos que lamentar. Mais do que isso, para
comemorar o Dia Mundial da Saúde, nós estamos extremamente preocupados com os
rumos dos trabalhos sobre os quais esta Casa deveria estar-se debruçando e não
o faz por omissão. Nós já pedimos uma Comissão Parlamentar de Inquérito no ano
passado, exatamente no episódio de pagamento de propina por um servidor da
Secretária de Saúde à época, no contrato da questão da empresa Reação; não
fomos ouvidos. À época, a desculpa dada pelo Governo era a mesma: era só um
processo de disputa eleitoral, de disputa partidária. Nem era ano eleitoral;
avisamos, alertamos, trouxemos aqui pessoas que fizeram denúncias. Montamos
todo um conteúdo, um arrazoado de conteúdo, que ontem entregamos ao Ministério
Público, entregamos à Drª Lucia Helena Callegari, responsável pelo inquérito no
Ministério Público, porque queremos, sim, contribuir e colaborar nas
investigações. Gostaríamos de fazer isso nesta Casa, Ver. DJ Cassiá;
gostaríamos de, aqui, na Câmara Municipal, que tem o papel de fiscalizar, que
tem como sua atribuição maior, sim, a fiscalização sobre o gestor público.
Gostaríamos de avançar, e também que esta Casa se posicionasse sobre este tema.
Eu repito aquilo que eu já falei no dia da morte do Secretário: nós lamentamos
profundamente que uma vida tenha sido ceifada da forma como foi. Agora,
poderíamos, quem sabe, ter evitado? Não sei, isso apenas o destino, apenas Deus
- que é uma força maior - poderia dizer; mas nós, Câmara Municipal, nos
omitimos no ano passado quando não criamos condições para a abertura de uma
Comissão Parlamentar de Inquérito. Espero que, agora, mais uma vez, as
denúncias contra a Sollus, dos desvios de quase dez milhões de reais da Saúde
de Porto Alegre, possam, efetivamente, trazer à luz e à razão todos os
Vereadores desta Casa e constituirmos essa Comissão Parlamentar de Inquérito
que estamos buscando para a fiscalização e para aprofundar, com certeza, todos
os desvios e desmandos de que a gente tem notícia. E gostaria que apenas
ficassem como notícias, e que, ao investigar, tenhamos a grata surpresa de que
vá apenas...(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): Apregoamos a comunicação encaminhada pelo Ver. Beto Moesch sobre a 1ª
Corrida de São Jorge, que ocorrerá no dia 11 de abril de 2010, com o patrocínio
da Caixa/RS, do Governo do Estado e do Município de Porto Alegre, e que terá
largada às 8h30min, na Usina do Gasômetro. As inscrições podem ser feitas
através do site:
www.corridadesaojorge.com.br.
Apregoamos, também,
uma informação do Prefeito, José Fortunati - que, posteriormente, fará a
comunicação oficial, mas já vem essa notícia -, no sentido de que o nosso
querido colega Ver. DJ Cassiá permanecerá como Vice-Líder do Governo nesta
Casa. (Palmas.)
O Ver. Ismael Heinen
está com a palavra em Grande Expediente.
(O Ver. Nelcir
Tessaro assume a presidência dos trabalhos.)
O SR. ISMAEL HEINEN: Exmo Sr.
Presidente desta Casa, nobre Ver. Nelcir Tessaro; quero cumprimentar todos os
componentes desta Casa, Vereadoras, Vereadores e a população de Porto Alegre,
que é a causa maior da existência deste Parlamento e da nossa democracia.
Estou no primeiro dia
de substituição ao colega e Líder da Bancada dos Democratas, Ver. Reginaldo
Pujol, que se submeteu a uma intervenção cirúrgica. Estarei substituindo-o pelo
menor tempo possível, desejando que ele tenha um pronto restabelecimento para
voltar a desempenhar as suas funções.
Quero também
aproveitar para saudar, porque ainda não tive a oportunidade fazê-lo aqui, o
nosso novo Prefeito, José Fortunati, a quem eu desejo sucesso - acho que não
sou só eu, é todo cidadão porto-alegrense que pensa e gosta da sua Cidade, e
que, com certeza, estará desejando e torcendo para que esta Administração - que
continua, mas com um novo mandatário - tenha êxito continuado para que Porto
Alegre possa colher os frutos desejados.
De antemão, quero
também confessar a surpresa de chegar aqui e logo participar do Grande
Expediente. São 15 minutos em que eu vou falar de improviso; vou falar de
coração. De pronto, eu quero, em meu nome, agradecer a todos os Vereadores,
porque, de casa, eu acompanho, quando posso, as Reuniões desta Câmara pela
TVCâmara. Quando menos esperava, entrou em debate um Projeto do Ver. Ismael, e
mesmo eu não estando mais aqui presente, esta Casa o aprovou. Vi o empenho e os
debates, e eu agradeço, então, do fundo do coração. Eu acho que, se houve a
aprovação pela maioria, é pelo bem da nossa Cidade.
O Sr. Alceu Brasinha: V. Exª permite um
aparte? (Assentimento do orador.) Obrigado, Ver. Ismael, pelo aparte. Quero
dizer que realmente estamos felizes em recebê-lo novamente aqui. Eu estava com
saudades do debate de V. Exª, porque o senhor é um especialista em comunicação;
nos projetos, projetos bons que o senhor fez. Confesso que fiquei muito
satisfeito em vê-lo novamente nesta tribuna, e, certamente, V. Exª vai voltar
para ficar para sempre aqui.
O SR. ISMAEL HEINEN: Muito obrigado,
Brasinha, pelo carinho de sempre. Todo aquele que preencher este espaço, tendo
que trazer o debate a esta Casa, não poderia deixar de trazer aqui o que está
acontecendo nas metrópoles brasileiras. São verdadeiras calamidades que se
sucedem no dia a dia, e eu acho que cabe a nós, Vereadores de Porto Alegre,
enquanto aqui não tenha acontecido ainda, refletirmos sobre esses
acontecimentos que estão chocando, através da mídia, todo o cidadão brasileiro.
Tivemos, em Santa Catarina; tivemos no interior do Estado do Rio Grande do Sul,
vendavais, tivemos enchentes; tivemos, em São Paulo, que não é mais a “cidade
da garoa”: é a cidade da chuva de todo dia. E, agora, acontecendo na nossa belíssima
ex-Capital do País, no Rio de Janeiro, uma verdadeira catástrofe; são
verdadeiros lances cinematográficos que nos comovem e nos deixam muito
entristecidos.
Abrindo o jornal Zero Hora de hoje, vimos a
reportagem sobre um garoto de oito anos gritando, e todo mundo ouvindo: “Me
tirem, me tirem daqui!”. Tiveram que interromper a retirada dos escombros, e,
quando o encontraram, era tarde. Mais um garoto de oito anos, vítima. Vítima de
quem? Da chuva em demasia? Das borrascas? Das nevascas? Eu acho que não: acho
que o Poder Público, a comunidade tem muito a ver com o que está acontecendo e,
principalmente, com esses incidentes gritantes que estão a acontecer em todas
as Capitais com os mesmos índices pluviométricos.
É chegado o momento de a Administração Pública se
preocupar com um planejamento para que se possa prever, gente, que amanhã possa
chover; prever que amanhã possa ter vento em demasiada velocidade; temos que
prever para que possamos salvar vidas.
Não adianta, hoje, o Prefeito do Rio de Janeiro
pedir 470 milhões de reais para fazer projetos futuros; isso não paga a vida
desse garoto de oito anos. Garanto que não paga, na consciência de todo cidadão
brasileiro, a vida desse garoto, que estava morando nas encostas.
Aí eu quero chegar à nossa Porto Alegre; quero
chegar a nós, Vereadores - já fiz parte da CUTHAB. Se isso acontecer aqui,
estamos sujeitos a ter que enterrar crianças, também, por falta de
planejamento, por falta de prever que aqui também pode chover em demasia, que
aqui nós também temos gente morando nas encostas, que também temos gente
morando em terrenos irregulares, que pode causar o que está causando nas outras
Capitais. Temos que pensar urgentemente em planos alternativos, em
forças-tarefas prontas para agir de pronto quando acontece esse descalabro,
essas matrizes acima da média. O que me comove, o que me entristece quando isso
acontece, aí o Poder Público promete que vai mandar 200 milhões, agora, para o
Rio de Janeiro, enquanto que para Santa Catarina não completou o que prometeu
mandar, na época; também aqui, para o interior do Estado do Rio Grande do Sul,
onde tivemos casas destelhadas em função dos últimos vendavais.
Aí, o que acontece? Apela-se para a ajuda
humanitária, solidária do povo brasileiro que, felizmente, é solidário. Para
quem assistiu o socorro sendo dado àquela população do Rio de Janeiro, viu
pessoas despreparadas, com picaretas, marretas, salvando gente, mas o que menos
se via era o Poder Público capacitado, técnico, presente para fazer os
salvamentos.
O pior de tudo é que eu me sinto, às vezes,
melindrado - garanto que os senhores também - de comprar um colchão, litros de
leite, mantimentos, cobertores, telhas, de acudir a população, enquanto o Poder
Público, emaranhado na burocracia, retarda a ajuda. Enquanto isso, o povo
brasileiro ajuda; aí vem um ponto para pensarmos também: digamos que nós, em
Porto Alegre, façamos uma força-tarefa para ajudar os cariocas desassistidos, e
juntemos 100 milhões de reais. Sabe quanto, realmente, vai para aqueles que
estão necessitando? O Governo lucra muito mais do que com a ajuda que mandamos
para os necessitados através dos impostos - em torno de 50% -, porque não temos
uma lei federal que faça com que aqueles que fazem doações tenham desconto, ao
menos, no seu imposto de renda. Seria uma compensação para essa solidariedade numa
função que o Governo não consegue alcançar, mesmo tendo a obrigação de alcançar
e socorrer as vítimas.
Gente, vamos planejar a nossa cidade de Porto
Alegre, vamos industrializar o nosso lixo, vamos deixar de ser bonzinhos com
aqueles que estão morando nas encostas!
O Sr. João
Pancinha: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu quero, Ver.
Ismael, parabenizá-lo pelo pronunciamento oportuno e dizer que Porto Alegre,
realmente, tem alguns problemas sérios de ocupações em áreas onde não deveria haver
moradias. Mas quero também dizer, e saudar a ação da Prefeitura, que foi o
Governo que mais investiu em drenagem urbana nos últimos anos, sem dúvida
nenhuma, com o Conduto Forçado da Álvaro Chaves, com a dragagem permanente do
arroio Dilúvio - já há três anos - e, recentemente, esta Casa aprovou, por
unanimidade dos Vereadores, mais 25 milhões de reais para o Departamento de
Esgotos Pluviais realizar mais dez obras de extrema importância. Nessa área,
Porto Alegre está muito bem servida e é referência entre as Capitais do Brasil.
O SR. ISMAEL
HEINEN: Agradeço pela feliz intervenção, nobre Vereador. Quando eu vim residir
em Porto Alegre, há 40 anos, falaram-me: “Cuidado que há áreas que alagam em
Porto Alegre”. Porto Alegre, através de suas sucessivas administrações, tem-se
desincumbido, sim, mas eu quero dizer que temos que caminhar à frente do que
possa vir a acontecer. Não temos que apenas fechar um buraco que é aberto, uma
cratera que surge ou seja lá o que for. Nós temos que nos perguntar: será que Porto
Alegre está preparada para receber essa carga pluviométrica que está caindo nas
outras Capitais? Se me disserem que está, ficarei muito feliz.
Mas eu continuo preocupado, porque a tendência, com
o aquecimento global, é que essas catástrofes aumentem, e o Poder Público tem
que acompanhar essa preocupação e, cada vez mais, precaver-se. O lixo acumulado
na nossa Cidade, as áreas de risco devem ser detectadas muito antes. Porto
Alegre está fazendo isso, mas eu gostaria que, se aqui acontecesse, não tivéssemos
que derramar lágrimas por termos deixado de nos preocupar, por termos deixado
de deslocar casas que estão nas encostas, nas áreas de risco, que sabemos que
existem; de deixarmos que aumentem essas invasões, como aconteceu muitas vezes
no passado recente de Porto Alegre. Temos muitas e muitas habitações
irregulares, mas temos projetos simples que podemos fazer para colaborar, ao
menos para diminuir esses impactos; uns, nós encaminhamos na nossa época,
quando éramos Vereadores efetivos, como o da microbacia de contenção da água de
chuva, uma autogestão sem custo para o Poder Público! Simples cisternas para
que essa avalanche de água diminua, fazendo o aproveitamento dessa água, de
maneira que cada condomínio faça a sua cisterna; ela se autopaga.
Falta um minuto. Estou inaugurando o novo painel,
estou chegando para conviver com os senhores por sete, oito, nove, dez dias. Eu
torço para que sejam menos, para que o colega Ver. Reginaldo Pujol se
restabeleça dessa cirurgia que fez, e, o quanto antes, possa estar de volta.
Mas o meu desejo mesmo era poder sempre estar com os senhores; aliás, estou
acompanhando os senhores, estou vendo os apartes do Ver. Alceu Brasinha,
admoestando aqueles que tomam este microfone, no bom sentido. E, assim, gente,
eu quero dizer que estou feliz por estar no meio dos senhores, e, juntos,
podermos compartilhar o sucesso das administrações da nossa Cidade, porque nós
somos corresponsáveis, todos. E feliz da administração que pode compartilhar
tudo o que faz, e muito mais feliz por compartilhar o seu sucesso! Muito
obrigado, e que Deus nos ajude a todos.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Alceu Brasinha está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. ALCEU
BRASINHA: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; Sras Vereadoras, Srs.
Vereadores, eu volto, mais uma vez, a esta tribuna, Ver. Haroldo de Souza, para
falar sobre o Projeto do Ver. Elias Vidal, que ele insiste, e acha que vai
aprová-lo.
Ver. Elias Vidal, eu aconselharia o senhor a
sentar-se ao lado do Ver. Adeli Sell para que ele lhe desse alguns conselhos
sobre como é difícil ser um pequeno empresário nesta Cidade; como é difícil,
Vereador! O senhor apresenta um projeto, e quer aprová-lo, mas se aprovado,
vai, literalmente, derrubar os bares e restaurantes. Não é possível, Ver. Elias
Vidal, que o senhor continue acreditando que vai aprovar esse projeto. Quero
lhe dizer que vou trabalhar bastante para o senhor não aprová-lo. Vou pedir o
apoio dos meus colegas Vereadores para o senhor não aprovar esse projeto,
porque o senhor vai fazer um estrago na Cidade! Com o seu projeto, os
restaurantes da Cidade vão praticamente fechar, porque o cidadão, o jovem que
faz faculdade, que sai às 22h, 23h e quer ir a um bar, não vai poder ir. O Ver.
Elias Vidal quer proibir as bebidas de álcool - a cerveja, o whisky, a cachaça
-, mas, então, por que ele não proíbe direto da fonte? Se nada pode, então não
deixa fabricar. Se é para evitar problemas, por que o Vereador também não faz
um projeto proibindo a GM de fabricar carros? Esse seu projeto é realmente
linha dura, Vereador.
Imagine chegar às 21 horas num bar - no horário de
verão serão 22 horas - e, passada uma hora, você ter que se retirar, porque o
projeto do Vereador proíbe mesas no recuo de calçadas dos bares e a venda de
bebidas de álcool depois das 22 horas. Eu não tenho procuração dos bares e
restaurantes para defendê-los, mas o senhor pode ter certeza absoluta,
Vereador, que esse seu projeto é muito ruim para a Cidade. Eu digo isso, porque
o senhor não imagina o quanto é difícil ser um pequeno empresário.
Vereador Haroldo, eu sei que V. Exª gosta de jogar
bingo, eu também acho que isso gera emprego, portanto, tem que ser liberado;
agora aparece esse projeto do Ver. Elias Vidal com mais proibições. Imaginem!
Isso não pode acontecer, ainda mais com a Copa do Mundo chegando aí. Isso não
tem lógica, meu irmão.
Ver. Elias Vidal, com todo respeito que eu tenho
pelo senhor, eu gosto muito do senhor, mas o senhor está totalmente equivocado.
Então, Ver. Elias Vidal, em nome desse amigo Vereador, quem sabe o senhor tenha
a grandeza de retirar o seu projeto, porque se o senhor continuar com ele, eu
virei, nem que seja todos os dias, aqui, nesta tribuna, bater contra o seu
Projeto, porque não é possível, numa cidade como Porto Alegre, existir um
Projeto desses. Alguns jovens que estão escutando e nos assistindo, saibam que
vocês não podem sair mais! O Ver. Elias Vidal disse que vocês devem comprar um
engradado de cerveja e levar para casa. Daqui a pouco, o Ver. Elias Vidal vai
querer proibir até a bebida dentro da sua casa, Ver. Carlos Todeschini! É,
daqui a pouco, o Vereador vai fazer uma lei para proibir aquele vinhozinho que
o senhor toma, quem sabe uma vez por semana. É verdade, Vereador, daqui a
pouco, o Vereador vai querer... (Som cortado automaticamente por limitação de
tempo.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Elias Vidal está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. ELIAS
VIDAL: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, eu quero dizer, Ver. Alceu Brasinha, que eu não vou retirar esse
Projeto! Não vou retirar! Mesmo que eu tenha que perder, não vou retirar esse
Projeto. Primeiro, quero dizer que V. Exª, a quem estimo muito, está 100%
equivocado, e vou dizer por quê. Na realidade, o que nós temos aqui na cidade
de Porto Alegre são decretos-lei. O que são os decretos-lei? São “canetaços”
dados de cima para baixo, goela abaixo, e as pessoas têm que engolir! E o que
nós temos, em Porto Alegre, em termos de regramento nessa área, nesse assunto,
nesse tema, é decreto-lei. Não sou um grande especialista, mas o suficiente
para saber que os decretos de 2004, 2001, são todos recentes.
Bom, eu não toquei na questão do álcool. O álcool,
todo mundo sabe que num copo de cerveja você tem 0,75% de reação, em dois copos
dobra dois segundos, e assim vai. A TV está mostrando, todos os dias, filhos
sendo estraçalhados, ficando sem perna, sem cabeça, e mães recebendo uma
ligação na madrugada: “Olha, seu filho está morto, venha reconhecer”. Chega lá
a mãe e diz: “É meu filho, sim”. Mas não tem cabeça, não tem perna. Isso no
filho dos outros; imaginem o seu filho, pensem na sua filha, na pessoa que você
ama. Mas não vou entrar nessa questão da bebida alcoólica, porque isso aqui é
um tema vencido. Eu estou na questão do regramento.
Nós temos o Cais do Porto, que ficou 30 anos, ali,
jogado às traças. Os Governos não tiveram competência nem capacidade de fazer
daquele lugar um local de entretenimento noturno. Devido à violência, os jovens
estão se apinhando em redutos, em áreas, invadindo regiões cem por cento
residenciais.
Ver. Alceu Brasinha, o que nós estamos propondo é o
seguinte: um regramento, por lei, que em área residencial, cem por cento
residencial... Eu quero ir dormir depois das 22 horas ou ficar acordado, mas é
uma opção minha. Você não pode atrapalhar meu sono! É área residencial! O que
você quer lá? Ficar batendo samba, tocando, gritando, não tem coerência!
Inclusive há a Lei do silêncio; não se pode fazer certo tipo de barulho. Esta
Lei já existe independentemente disso.
Você pode beber até às 22 horas; ninguém está
proibindo você de encher a cara. Mas, depois das 22 horas, saia da área
residencial e vá às áreas miscigenadas, à área mista, onde a Lei permite isso.
Lá você enche a cara mais um pouco, se quiser. Agora, depois da meia-noite, brother, meu querido, meu irmão, por
quem eu tenho um carinho especial, está mais do que na hora de dormir. Mas, se
você ainda quer beber mais, quer ter quase um coma alcoólico, vá aos lugares de
entretenimento noturno, onde a lei permite depois da meia-noite. Qual é o
problema? O problema é que, depois da meia-noite, há muita gente consumindo
bebida alcoólica, beneficiando-se da Lei do entretenimento noturno, mas não
está devidamente aparelhada. Não tem isolamento acústico, não tem EVU - Estudo
de Viabilidade Urbana, não tem Estudo de Impacto Ambiental. Então eu tenho o
meu apartamento, as pessoas têm o seu apartamento ou a sua casa, aí vem um bar,
abaixo do meu estabelecimento, e chafurda a minha vida e a da minha família, a
semana toda, o ano inteiro, o preço do imóvel cai lá embaixo... E aí você acha
que está com a razão, querido?
Então, Ver. Alceu Brasinha, eu não estou proibindo
o consumo de bebida alcoólica. Você bebe o quanto quiser, desde que você não
interrompa o sono das pessoas, das crianças, do profissional que trabalhou o
dia inteiro e chega em casa e quer dormir.
E depois de beber a noite toda, se quiser, passe em
algum lugar, pegue um engradado, leve para casa e beba mais um pouco na
garagem; chafurde a vida da família, mas as pessoas ficam se revezando em
lugares residenciais; num dia é um que bebe, no outro dia é outro, no outro dia
é outro, e a pessoa entra ano e sai ano, fica com... (Som cortado automaticamente
por limitação de tempo.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR. ADELI
SELL: Eu não quero ser sensor de ninguém que ocupe a tribuna, mas nós estamos
numa Sessão da Câmara Municipal de Porto Alegre, independentemente de ela ter
238 anos ou 200 anos, acho que certas afirmações, certas palavras, certas
expressões poderiam muito bem ser evitadas, porque isto aqui parece discussão
de botequim. Nada contra botequim, pois só tem um Vereador contra botequim, que
é o Vereador que acabou de falar.
O SR. PRESIDENTE
(Nelcir Tessaro): Está feito o registro, Vereador.
Passamos à
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
1ª
SESSÃO
PROC. Nº 1383/10 – PROJETO DE RESOLUÇÃO
Nº 010/10, de autoria da Mesa Diretora, que altera o inc. III do art. 218 e o § 1º
do art. 227, inclui § 3º nesse artigo, ambos da Resolução nº 1.178, de 16 de
julho de 1992 – Regimento da Câmara Municipal de Porto Alegre –, e alterações
posteriores, dispondo sobre a licença-gestante e sobre descontos do subsídio mensal
do vereador, e revoga os incs. V e VII do art. 25 dessa Resolução, suprimindo
atribuições do 1º Secretário.
PROC. Nº 1387/10 – PROJETO DE EMENDA À
LEI ORGÂNICA Nº 002/10, de autoria da Mesa Diretora, que altera o inc. IV do
art. 68 da Lei Orgânica do Município de Porto Alegre, dispondo sobre a
licença-gestante de vereadoras.
PROC.
Nº 0458/10 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 011/10, de autoria do
Ver. Aldacir José Oliboni, que determina o fornecimento de filtro solar aos
servidores públicos municipais e dá outras providências.
PROC.
Nº 0541/10 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 015/10, de autoria do
Ver. Aldacir José Oliboni, que institui, na Rede Municipal de Ensino, o
Programa Municipal de Alimentação Escolar Diferenciada para Alunos Diabéticos.
PROC.
Nº 1240/10 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 006/10, que inclui inc.
XIX e revoga o inc. VII, ambos no art. 1º da Lei nº 8.689, de 28 de dezembro de
2000, e alterações posteriores, que trata da concessão de verba de
representação no âmbito da Prefeitura Municipal de Porto Alegre (PMPA).
2ª SESSÃO
PROC.
Nº 0657/10 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 002/10, de autoria do
Ver. Nelcir Tessaro e outros, que altera os arts. 1º, 3º, 4º e 5º da Lei
Complementar nº 621, de 23 de junho de 2009 – que altera as Subunidades 01 e 05
na Unidade de Estruturação Urbana (UEU) 10 da Macrozona (MZ) 7, cria e institui
como Área Especial de Interesse Social I (AEIS I) a Subunidade 10 da UEU 10 da
MZ 07, define o regime urbanístico dessa Subunidade e dá outras providências –,
dispondo sobre a permuta da Subunidade 10 da UEU 10 da MZ 07.
PROC.
Nº 1186/10 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 005/10, que altera os
artigos 35, 36, 62 e 65, os Anexos III, V e VI, todos da Lei nº 6.203, de 3 de
outubro de 1988, e alterações posteriores – que estabelece o Plano Classificado
de Cargos dos Funcionários do Departamento Municipal de Água e Esgotos, dispõe
sobre o Plano de Pagamento e dá outras providências –, cria a gratificação por
exercício de atividades operacionais no âmbito do Departamento Municipal de
Água e Esgotos e dá outras providências.
PROC.
Nº 1188/10 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 003/10, que estabelece
normas sobre a incorporação de Funções Gratificadas no âmbito do Departamento
Municipal de Água e Esgotos (DMAE) e dá outras providências.
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Não há nenhum Vereador inscrito para discutir a
Pauta. Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se a Sessão às 16h26min.)
* * * * *